Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato  com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento  dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor,  pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. “Por  meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e  adquire cultura, conhecimentos e valores”, diz Márcia Tim, professora de  literatura do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo (SP).
A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da  escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a  alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal  suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é  importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.
Quem é acostumado à leitura desde bebezinho se torna muito mais  preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Isso quer  dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro dos seus filhos.  Parece exagero? Nos Estados Unidos, por exemplo, a Fundação Nacional de  Leitura Infantil (National Children’s Reading Foundation) garante que,  para a criança de 0 a 5 anos, cada ano ouvindo historinhas e folheando  livros equivale a 50 mil dólares a mais na sua futura renda.
Então, o que está esperando? Veja as recomendações dos educadores  abaixo e estimule seu filho a embarcar na aventura que só o bom leitor  conhece.
Quais são os benefícios da leitura?
Segundo o Ministério da Educação (MEC) e outros órgãos ligados à Educação, a leitura:
 - Desenvolve o repertório: ler é um ato valioso para o nosso  desenvolvimento pessoal e profissional. É uma forma de ter acesso às  informações e, com elas, buscar melhorias para você e para o mundo.
- Liga o senso crítico na tomada: livros, inclusive os romances, nos ajudam a entender o mundo e nós mesmos.
- Amplia o nosso conhecimento geral: além de ser envolvente, a  leitura expande nossas referências e nossa capacidade de comunicação.
- Aumenta o vocabulário: graças aos livros, descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos
- Estimula a criatividade: ler é fundamental para soltar a  imaginação. Por meio dos livros, criamos lugares, personagens,  histórias…
- Emociona e causa impacto: quem já se sentiu triste (ou feliz) ao fim de um romance sabe o poder que um bom livro tem.
- Muda sua vida: quem lê desde cedo está muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida.
- Facilita a escrita: ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Ou seja, quem lê mais escreve melhor.
Quando começar a ler para meu filho?
O quanto antes. As pesquisas mostram que quem começa a ler cedo tem  mais chances de se tornar um leitor assíduo. Mostram também que o  contato com narrativas melhora o futuro desempenho da criança. Por isso,  leia – ou conte as histórias que você conhece – para seu filho desde  bebê. É importante usar a entonação e a emoção!
Como incentivar meu filho a ler? 
Pequenos passos, como deixar os livros ao alcance das mãos e ler pelo  menos 20 minutos por dia, fazem toda a diferença. Algumas dicas  práticas:
- Dê o exemplo e leia você também. É bom para você e excelente para seu filho, que seguirá seu modelo naturalmente.
- Deixe os livros à mão para ele folhear e inventar histórias. Livros  têm de ser vividos, usados, não podem parecer objetos sagrados.
- Reserve um horário para a leitura e transforme em um momento de  prazer. Aconchegue-se com seu filho, leia para ele, mostrando as  palavras. Quando ele crescer, ajude-o na leitura.
- Frequente livrarias e bibliotecas. Dê livros, gibis ou revistas de presente.
- Comente sempre o livro com ele. Incentive-o a falar da história e contá-la para outras pessoas.
- Empreste livros para os amiguinhos dele. Estimule a troca e as conversas.
- Estimule atividades que usem a leitura – jogos, receitas, mapas
Como escolher um livro para meu filho?
Livros com temas atraentes e linguagem adequada para cada idade são  garantia de diversão. “Para conquistar os pequenos leitores, é preciso  recomendar livros pelos quais eles se interessem. Tomando o cuidado,  claro, de escolher obras que proponham algum tipo de reflexão e que  sejam bem escritas”, diz Ana Elvira Casadei Iorio, professora do Colégio  São Luís, de São Paulo (SP).
Por que é importante que eu leia para o meu filho?
Antes de mais nada, porque isso vai estreitar o vínculo familiar…  Afinal, trata-se de uma experiência compartilhada. Lendo, você ri e se  emociona, mostra à criança seu lado humano e capta os sentimentos dela.  Quem não se lembra da cena do filme “ET – O Extraterrestre” em que a mãe  lê “Peter Pan”, clássico de James M. Barrie, para a pequena Drew  Barrymore: “Se você acredita em fadas, bata palmas!”. E as duas batem  palmas animadamente. Só Spielberg para mostrar tão bem esse momento de  intimidade e alegria em família.
Quanto tempo eu devo ler para meu filho?
Nos Estados Unidos, são muitas as campanhas pró-leitura. Uma delas,  da Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children’s Reading  Foundation, www.readingfoundation.org), que reúne instituições voltadas à  disseminação da leitura, tem um slogan que diz muito em poucas  palavras: “Leia com uma criança. São os 20 minutos mais importantes de  seu dia”. Ou seja, não é preciso ler por muito tempo, mas é importante  inserir a leitura na rotina da criança e da família.
Como deve ser a leitura para crianças pré-alfabéticas?
Compartilhar uma história já é uma forma de leitura. “O fato de a  criança ainda não saber ler convencionalmente não significa que não  possa presenciar das mais variadas situações de leitura”, explica Clélia  Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo  (SP). Nesta situação, o adulto é um mediador entre a criança e o livro,  ou seja, é ele quem lê para ela, de preferência com entonação e emoção.  “Neste momento, o que interessa é o prazer pela leitura e o afeto que  envolve o momento”, reforça Clélia Cortez.
Muitos dos livros para crianças em fase de pré-alfabetização são  verdadeiros brinquedos. Coloridos e dobráveis, eles são muito lúdicos, o  que estimula o gosto pelos livros. “Desde pequenas, as crianças devem  se sentir motivadas a ler. Elas precisam perceber a leitura como um  desafio interessante e prazeroso”, completa Clélia Cortez.
Como escolher um livro para crianças?
É importante atentar para a adequação entre a idade da criança e a  faixa etária indicada no próprio livro. Indicações de parentes, amigos e  principalmente, educadores, ajudam – e muito. É válido considerar  também os temas que interessam mais aos pequenos leitores. Outro aspecto  fundamental é apresentar às crianças narrativas simples, porém ricas –  afinal os textos precisam ter vocabulário acessível, mas não podem  subestimar o pequeno leitor. “Embora possa ser menor, a narrativa tem  uma riqueza na construção da linguagem, até porque as crianças dessa  idade estão em processo de construção da oralidade e precisam ter boas  referências. A linguagem está relacionada com o pensamento, por isso a  importância de oferecer ricas narrativas”, diz Clélia Cortez,  coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo (SP).
Como escolher um livro para adolescentes?
Para os mais velhos, vale a pluralidade de gêneros literários e  finalidades – livros para divertir, para imaginar, para conhecer outras  culturas, para estudar; livros que abordem valores e boas atitudes, que  tenham personagens com os quais eles se identifiquem. O principal é, de  novo, que tragam boas referências. “É nessa fase que os alunos estão  começando a produzir seus próprios textos”, diz a Lara Pecora Polazzo,  professora do Colégio Santa Maria, de São Paulo (SP).
A leitura ajuda a aumentar o vocabulário?
Sim, a leitura ajuda a aumentar o vocabulário, pois familiariza a  criança com a palavra escrita e, de quebra, ajuda a fixar a grafia  correta das palavras e a construção harmônica das frases. Textos com  estrutura de repetição costumam ser muito apreciados pelas crianças. São  fáceis de memorizar e ainda possibilitam a identificação das palavras  repetidas, o que é importante para a alfabetização. Ao acompanhar a  leitura das palavras de um livro, a criança, mesmo que ainda não seja  alfabetizada, vai sendo introduzida no mundo das letras.
Como diferenciar um livro ruim de um bom?
Em tese, toda leitura é bem-vinda. Ter contato com obras de  diferentes estilos é fundamental. “Livros para divertir, para imaginar,  para conhecer outras culturas, para estudar; livros que abordem valores e  boas atitudes, que tenham personagens com os quais as crianças se  identifiquem”, afirma Lara Pecora Polazzo, professora do Colégio Santa  Maria, de São Paulo (SP). Por isso, não há problemas em ler com  interesse – compulsão, até – best-sellers como Crepúsculo ou Harry  Potter. Mas os pais têm obrigação de intermediar o contato do filho com  outras experiências literárias. “A orientação de um leitor mais  experiente é muito importante”, diz Neusa Sallai, professora do Colégio  Rio Branco, de São Paulo (SP).
É importante que eu mesmo leia?
Sim, pois o hábito da leitura é contagiante. Se os pais, volta e  meia, ficam quietinhos, mergulhados num bom livro, a criança com certeza  receberá a mensagem: ler é gostoso. Por isso, dê o bom exemplo. A  pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, publicada pelo Instituto  Pró-Livro em 2009, indica que, 55% dos entrevistados que não lêem nunca  viram os pais lendo e 86% nunca foram presenteados com livros na  infância. Precisamos mudar isso!
Quer que seu filho leia mais? Então faça o mesmo e comece a substituir alguns momentos em frente à TV pela leitura.
Sempre que estiver lendo um jornal, chame seu filho para ver algo  interessante que você encontrou. Pode ser uma tirinha engraçada, uma  imagem ou uma notícia do interesse dele.
Não sabe que programas fazer com as crianças? Frequente livrarias.  Deixe seus filhos folhearem os livros, leia histórias para eles e,  quando possível, leve algum para casa. E, mesmo que você possa, não  compre muitos num só dia. Procure manter o hábito de voltar lá outras  vezes e levar um por vez.
Quantos livros meu filho deve ler por ano?
Segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), cada brasileiro lê pouco  mais de dois livros por ano. Na Inglaterra, que tem um dos melhores  sistemas de ensino do mundo, a média chega a cinco livros anuais. Que  tal acompanhar o ritmo dos ingleses ou, até mesmo, superá-lo?
Eu não tenho dinheiro para comprar livros. O que faço?
Para quem não compra livros porque são caros, é hora de abandonar a  desculpa: a maioria dos brasileiros não precisa, necessariamente, gastar  aos montes nas livrarias. Segundo dados do IBGE, 85% dos nossos  municípios possuem bibliotecas públicas e bem equipadas! Acostume-se a  frequentá-las com o seu filho e mostre quanta coisa interessante ele  pode descobrir com os livros.
Fonte: Site Educar para Crescer (Via http://www.blogeducacao.org.br/habito-pela-leitura-deve-ser-estimulado-desde-cedo-nas-criancas/ )
 

 
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