quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Imagem de leitura: Entre as guerras, os livros

Não se tem aqui apenas a guerra como um conflito armado, entre países ou entre povos de uma mesma nação.
Foto de André Kertész (1894 - 1985)
Local: Esztergom, Hungria, 1915
Por João Augusto
Não se tem aqui apenas a guerra como um conflito armado, entre países ou entre povos de uma mesma nação. A guerra maior, a que devemos chamar atenção, está no abandono de valores, de perspectivas, de esperança. E uma arma saudável contra isso é a literatura. Entre toda a desvastação e a imensa tristeza da Primeira Guerra Mundial, registra-se, em 1915, pelas lentes do fotógrafo André Kertész, a cena que se ilustra ao lado. Três crianças que por algum tempo se esqueceram do estrondo de bombas e metralhadoras, para encontrar num livro a paz que os adultos deixaram de lado. Que a nossa batalha seja sempre pela transformação. E que os livros sejam as armas para vencer a miséria e a fome de conhecimento e cidadania.

* João Augusto é escritor, poeta, editor do Blog do Galeno e da Revista Brasil Que Lê.
Autor: João Augusto - Agência Brasil Que Lê

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Como fazer meu filho gostar de ler?


Algumas pessoas sabem do meu gosto por leitura e então perguntam para mim que obras eu recomendo para que comprem para os filhos, de modo que essas crianças tomem gosto pela leitura. Eu lembro dos meus livros favoritos da infância e os recomendo, porém sempre faço questão de destacar que não é comprar livros e obrigar as crianças a lê-los que fará com que elas se tornem devoradores de obras consagradas quando forem mais velhos. O processo é lento, e requer bastante dedicação dos pais.
É claro, há sempre exceções, aquelas histórias de crianças que aprenderam a amar a literatura sem precisar de qualquer incentivo. Obviamente não é desses casos que vou falar aqui. A ideia é propor algumas dicas para você que deseja que seus filhos um dia sejam bons leitores, e com isso ganhem todas as vantagens que esse hábito maravilhoso pode oferecer.
Leia: Esta é a principal, e a que sempre enfatizo quando algum pai vem atrás de recomendações. Crianças são emuladoras, elas imitam as ações daqueles que fazem parte do seu cotidiano. Como a criança começará a ler se os pais não fazem isso? Então antes de querer que seu filho tenha esse hábito, o desenvolva você também, caso ainda não o tenha.
Elogie os livros e quem lê: Se a criança ouvir coisas como “Para que serve literatura? Tem é que estudar matemática!” é óbvio que ela não vai demonstrar muito interesse por isso. Reparem nos jovens próximos de vocês, como eles gostam de fazer a coisa sempre com um propósito claro (para professores o mais comum é “estudo porque quero passar na prova”, por exemplo). Elogie a literatura, pessoas que tem o hábito de ler e, mais ainda, elogie seu filho quando ele estiver lendo algo.
Deixe a criança escolher: Você pode estar carregado de boas intenções ao oferecer Onde Vivem os Monstros ou Flicts para seu filho. Foram livros importantes e agradáveis para você. Mas isso não significa que seu filho irá gostar também. Por isso, o importante é de quando em quando levá-lo até uma livraria ou biblioteca e deixá-lo livre para escolher o que quiser.
Deixe a criança brincar com os livros: Essa é a parte mais difícil para os bibliófilos de plantão que morrem de orgulho das edições lindas em capa dura na estante do pimpolho. Mas não adianta dar livro e não deixar a criança se relacionar com ele da forma que quiser. Deixe que brinque, rabisque. Se você impor condições e proibições, ela prolongará isso para a leitura também.
Tenha livros em casa: Pode parecer meio bobo, mas tem muito pai que pergunta o que recomendo para o filho ler, mas que não tem qualquer livro na estante. É uma questão de tornar o objeto familiar para a criança, algo comum. Se a criança só tiver contato com isso na escola, é lógico que ela atribuirá um valor de obrigação ao livro. A ideia é fazer parte da rotina de lazer também.
Converse sobre o que ele leu: Deixe que ele conte para você a história, que comente sobre o que achou mais interessante, ou porque não gostou de um determinado livro. Faça desse um momento seu e de seu filho. Se ele ainda não lê, converse sobre a história após ler o livro para ele.
Não force a barra: Ler tem que ser um prazer. Não adianta querer que ele goste de livros já no primeiro contato. Tenha paciência e vá aos poucos. Se sentir que num determinado dia ele não está dando bola para isso, não insista. O mesmo trauma que muita gente carrega das leituras obrigatórias do colégio pode acontecer também com pais impondo a leitura de livros em casa.
Como fica evidente, não há mágica. Há na realidade muito trabalho, e o principal, a participação dos pais nesse processo. Um livro pode ser automaticamente apaixonante para alguns, mas outros precisam conhecê-lo aos poucos, ver suas qualidades dia após dia até que em um momento vire gosto, ou mesmo hábito.
Em tempo: segundo o livro What to Expect, o normal é que uma criança aprenda a virar páginas ali perto dos 16 meses, sendo que isso pode acontecer antes (meu Arthur começou com 8 meses). Então, quanto mais cedo melhor – há muitos títulos para bebês disponíveis nas livrarias, e o melhor de tudo é que alguns são bem baratos.
Fonte: http://blog.meiapalavra.com.br/2011/08/13/como-fazer-meu-filho-gostar-de-ler/

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Entenda melhor o TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Seu filho tem algum tipo de dificuldade de aprendizagem? Ele pode sofrer de TDAH. 25% dos portadores de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) apresentam dificuldade de aprendizado.
Segundo a ABDA (Associação Brasileira de Déficit de Atenção) de 3 a 5% das crianças sofrem de TDAH. A doença reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) causa diversos prejuízos no ambiente escolar, como desorganização, impaciência para assistir às aulas e impulsividade ao respondendo às questões antes de ler o enunciado até o final ou ouvir toda pergunta.
Apesar de causar diversos problemas, o transtorno ainda é pouco conhecido da população de modo geral e quando não tratado, a condição pode afastar a criança da convivência social pela fama de bagunceiras, inquietas, distraídas, avoadas e que vive no “mundo da lua”, entre outros sintomas. Tais comportamentos podem implicar em perdas no desempenho acadêmico. Segundo Dr. Erasmo Barbante Casella, Neurologista da Infância e Adolescência Responsável pelo ambulatório de Distúrbios do Aprendizado do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, cerca de 25% dos portadores de TDAH apresentam dificuldade de aprendizado.
Um estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1999 aponta, ainda, que, 87% dos portadores de TDAH possuíam mais de uma repetência em seus currículos comparado a 30% dos não-portadores. Na mesma amostra foi observado que 48% dos portadores de TDAH já haviam sido suspensos ao menos uma vez e 17% já tinham sido expulsos de outros colégios, frente a 17% e 2%, respectivamente, do grupo de não-portadores.
“Por conta do seu comportamento essas crianças e adolescentes frequentemente são evitados e considerados inconvenientes”, explica o Dr. Erasmo. “O grande desafio dos pais e professores é saber lidar com essa criança em idade escolar e ajudá-la a interagir e se desenvolver como as pessoas da mesma idade para evitar que o caso evolua para desmotivação acentuada e queda da autoestima, além de piora no quadro devido a outras comorbidades, eventualmente associadas ao TDAH, como ansiedade e depressão, por exemplo.”, completa o especialista.
Quando esse quadro persiste na idade adulta a hiperatividade, agitação e impulsividade diminuem de intensidade e a distração fica mais evidente. O transtorno pode persistir a vida toda.
O tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar, ou seja, uma combinação de acompanhamento médico, psicoterapia, medicamentos, orientação aos pais/família e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador para facilitar o dia a dia. A medicação é parte muito importante do tratamento.
Para se ter ideia sobre a seriedade que o TDAH é tratado, nos Estados Unidos, os seus portadores são protegidos pela lei quando recebem tratamento diferenciado na escola.
http://bagarai.com.br/entenda-melhor-o-tdah-transtorno-de-deficit-de-atencao-e-hiperatividade.html

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Guia para mães revela antigas regras de especialistas para bebês

No começo do século 20, quando a mortalidade infantil atingia 0,16% dos nascidos vivos (cerca de quatro vezes a taxa atual), a relação das mamães com os bebês ganhou mais atenção.
Isso porque melhorar os cuidados com a criança, especialmente na higiene e na amamentação, poderia reduzir o número de mortes por infecções e outras doenças.

Editoria de Arte/Folhapress
Assim tiveram início os "guias maternos" com discurso higienista na primeira metade do século 20, época em que o mercado editorial brasileiro se expandia.
Onze guias dessa época, pinçados em sebos paulistas, foram revistos pela educadora Maria das Graças Magalhães em sua tese de doutorado defendida recentemente na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Nos livretos, os médicos pregavam que as mães impusessem em casa um ambiente "hospitalar", livre de micro-organismos. A ideia difundida era que uma vida regrada garantiria a saúde e a docilidade das crianças. "Dizia-se, por exemplo, que a mãe não deveria beijar o bebê", conta Magalhães.
CRENDICES
Além disso, boa parte dos pediatras lutava contra crendices populares. Por exemplo, ensinava-se que amuletos não curam e que dar a água do primeiro banho para o bebê tomar não deixaria a criança mais bonita.
"O Brasil é um país multiétnico, com grande quantidade de imigrantes. Há crendices vindas de
todas as partes", analisa a educadora. A especialista, no entanto, não acredita que os guias substituíram as "conversas de comadre".
O que ela observou foi que as mães se apropriaram das informações para fazer recomendações a outras mulheres, suprimindo ou acrescentando dados. A tradição feminina de trocar conselhos é, inclusive, destacada no "Guia das Mãezinhas", de 1937.
O autor, o médico Wladimir Toledo Piza, recomenda que as mães sigam os conselhos médicos no lugar de ouvir as amigas e vizinhas "que ensinam o que não sabem porque não estudaram".
Além dessa imagem das leitoras como "tricoteiras", os guias também consideravam a mulher como dispersiva, romântica e com dificuldade de concentração para leituras contínuas --algo parecido com algumas revistas femininas da atualidade.
MAMANDO NO PEITO
Outro trabalho dos guias maternos era incentivar a amamentação no peito pela mãe --campanha que ganhou forma já no final do século 19.
Nessa época, as mulheres ricas mantinham amas de leite, ou seja, mulheres que tinham dado à luz e que ganhavam uns trocados para amamentar os bebês da elite.
"A preocupação dos médicos era com a transmissão de doenças pela amamentação e com a saúde dos bebês das amas, que ficariam com menos leite", explica Magalhães.
Esse discurso vai mudando conforme o leite industrializado ganha força no Brasil --época em que a indústria de alimentos também passa a produzir guias maternos para divulgar os seus produtos.
A ideia de levar a higiene para casa ensinando as mulheres não foi uma novidade dos guias para as mamães.
De acordo com Magalhães, as professoras da escola normal (para meninas) já educavam as garotas sabendo que elas levariam conceitos de higiene para toda a família.
Mas, no caso dos guias, havia uma proposta de responsabilizar a mulher pelas práticas de higiene. "A figura do homem quase não aparece nos livretos", diz Magalhães.
Isso só muda na década de 1950, quando a mulher ingressa com mais força no mercado de trabalho. Mesmo assim, o homem só aparece nos livretos como a figura que dá a palavra final.
Fonte: Jornal Folha de são Paulo http://tinyurl.com/6v4oaj2

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Exercícios de Yoga para quem trabalha muito tempo sentado


Estudos recentes revelaram que ficar muito tempo sentado é pior do que se pensava anteriormente.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ler - Luís Fernando Veríssimo

8 atitudes para ser um bom pai



Pai e filha: o toque reforça a presença e é essencial para o desenvolvimento da criança
O passar do tempo – e o movimento feminista iniciado na década de 1970 – trouxeram algumas mudanças no papel do pai. Os brasileiros que seguem o modelo dos “pais suecos”, por exemplo, provam que a criação dos filhos só pela mãe já não é mais absoluta. Mas, assim como a maternidade, a paternidade também tem suas características de adequação.

“Ainda temos resquícios de uma educação que nos ensinou que a responsável pelos filhos é a mãe”, diz a terapeuta familiar Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Mas, aos poucos, eles começam a deixar o papel de provedor exclusivo para serem participantes ativos na vida das crianças. “O termômetro é a reunião de pais e mestres nas escolas. Já existe uma participação muito maior dos pais hoje em dia”.

A educadora Cris Poli, também conhecida como a “Supernanny” brasileira e autora do livro “Pais Responsáveis Educam Juntos” (Mundo Cristão), concorda com a importância da participação dos pais na vida das crianças. Ela ressalta que, assim como não existe uma mãe ideal, tampouco existe um modelo de pai. Mas algumas dicas podem ajudar.

1. Participe ativamente – e com frequência

Participar só quando chega o boletim da escola não vale: é preciso se aproximar do cotidiano da criança. “O pai deve participar como quem vai dar o limite, quem vai estimular e elogiar, quem vai acompanhar a criança”, diz Quézia Bombonatto. Segundo ela, cinco minutos por dia já podem ser muito importantes para o desenvolvimento da relação de ambos. Mas não adianta pegar apenas um dia do mês e, de alguma forma, tentar “tirar o atraso”. A proximidade se constrói aos poucos e é importante para a criança sentir que pode confiar no pai e que está sendo valorizada. “É preciso, por exemplo, acompanhar o que está acontecendo na escola, e não somente perguntar quais notas ela tirou”. Transformar estes momentos em significado para a criança já é um bom começo.

2. Não confunda atenção afetiva com atenção material

Ao testemunhar um mau comportamento dos filhos, muitos pais se queixam dizendo “Mas não está faltando nada para ele”. Não está faltando nada mesmo? Carinho não pode ser trocado por presentes. “A presença é muito importante”, diz Quézia. Se envolver com os filhos não se resume a levar um chocolate no final do dia, ao voltar do trabalho.

3. Seja carinhoso

Muitos pais confundem masculinidade com falta de afeto e evitam beijar e abraçar a criança. Essa falta não pode ser excessiva: o pai pode e deve mostrar o amor que sente pelo filho. Segundo Cris Poli, é preciso haver uma interação física com a criança também durante as brincadeiras. Às vezes o pai prefere não brincar de boneca com as filhas, por exemplo, por ficar constrangido, mas é preciso se adaptar. E fazer brincadeiras com interação mais pessoal – ficar somente no computador e no videogame não é uma solução. A criança precisa de afeto.

4. Não seja autoritário, mas tenha autoridade

Muitos homens confundem autoritarismo com masculinidade e se tornam pais que se impõe por meio do berro e da ameaça. Para o psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, especialista em desenvolvimento humano e paternidade, os pais devem evitar a imposição de regra pela regra. “É muito prejudicial as crianças serem obrigadas a fazer isso ou aquilo porque o pai mandou, sem que haja alguma explicação maior”, diz. A autoridade fica superficial, pois aquela ordem não faz nenhum sentido para a criança.
Para Cris Poli, pais com perfil autoritário impedem a criança de expressar sentimentos e pensamentos com facilidade, pois ela não se sente respeitada. “Se um pai é autoritário e se impõe pela força e pelo medo, acaba inibindo a criança. Ela pode crescer mais tímida e introvertida, com dificuldade para se expressar”, diz. Limites devem ser construídos – e não impostos.

5. Não seja excessivamente permissivo

Na contramão dos pais autoritários estão os pais permissivos. Embora afetuosos, eles não se dispõem a estabelecer limites para os filhos. E terminam sendo ausentes. Segundo Cris Poli, os pais demasiadamente permissivos deixam de se posicionar e preferem deixar o filho fazer tudo o que quer. “É aquele pai que costuma dizer: ‘vê com a sua mãe’ e nunca toma as decisões”, diz a “Supernanny”.

6. Se posicione como pai

Para Cris Poli, o erro mais recorrente dos pais é não tomar uma postura em relação à educação dos filhos. “A ausência, a falta de posicionamento e de autoridade são uma carência muito forte”, diz ela. Essa regra vale não só para a hora de tomar decisões, mas também para os afazeres miúdos e os cuidados do dia a dia, como o banho, a comida e as brincadeiras. Até porque as modalidades de diversão e aprendizagem da mãe costumam ser diferentes da do pai. “O lúdico é importante e deve vir dos dois”, defende Quézia.

7. Exija seu espaço

De acordo com a psicóloga Camila Guedes Henn, do Núcleo de Infância e Família (NUDIF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a mãe também deve dar espaço para a entrada do pai na vida dos filhos. “Às vezes elas não acreditam muito na capacidade do pai de cuidar da criança, e é algo que não pode acontecer”, diz. A figura masculina também é importante e deve atuar em colaboração com a mãe, trocando opiniões sem que um desautorize o outro.



Brincadeiras reforçam o vínculo entre pais e filhos

8. Seja um bom cidadão

Um bom pai é também um bom marido e um bom cidadão. De acordo com o psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, todo o ambiente ao redor da criança influencia na formação dela e a figura do pai também conta. Para os filhos crescerem da melhor maneira possível, portanto, os pais devem ser maduros emocionalmente. “O homem e a mulher precisam saber quais são os próprios valores diante de uma sociedade que muitas vezes os leva a conhecer pouco sobre si mesmos e a serem competitivos e consumistas”, resume ele. “Para ser um bom pai é preciso procurar, antes, ser um bom ser humano”, completa.
Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/educacao/8-atitudes-para-ser-um-bom-pai/n1597212541168.html