segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Como lidar com o fanatismo das crianças




Adriane: planos de se casar com Harry Potter e choro no cinema depois do filme final
Era meia-noite de quinta para sexta-feira e a família Rodrigues estava na fila do cinema para a sessão de estreia de “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2”. Tudo porque Adriane Gomes Rodrigues, de 12 anos, não aguentava esperar nem mais um minuto para ver o último filme do bruxo de Hogwarts. A menina é simplesmente fanática pela série e, especialmente, pelo ator Daniel Radcliffe. Ela tem todos os filmes em DVD, sabe os diálogos de cor e ainda coleciona artigos e fotos dos personagens. “Adriane é tão fã do Harry Potter que chega ao ponto de falar que vai se casar com ele”, afirma a mãe, a gerente Rosa Gomes Rodrigues.

Assim como Adriane, muitas crianças “adotam” um ídolo na infância. Mas como os pais podem diferenciar uma fantasia passageira e saudável de algo prejudicial e exagerado? De acordo com a psicóloga Fabiana Tena Maldonado, o fanatismo pode ser perigoso a partir do momento que a criança ou o adolescente vive somente em função do ídolo e deixa de fazer as atividades comuns à sua fase. “Se eles deixam de estudar, de brincar, de se relacionar com os outros para se fechar em um mundinho, aí os pais devem ficar preocupados”.
Embora Adriane adore a série, a mãe afirma que a vida social da filha não foi afetada de forma negativa. Ao contrário, Rosa acredita que, por causa do Harry Potter, a menina passou a gostar ainda mais das aulas de inglês e diz que vai conhecer a Inglaterra. “Eu deixo ela sonhar, não recrimino. Acho que toda criança bem-sucedida nasce de um sonho”, conta a mãe.
Desconstruindo o mito
Em alguns casos, os pais precisam lidar com a decepção das crianças em relação aos ídolos. Foi assim com Adriane, que chorou após a exibição do último filme do Harry Potter. Rosa tentou consolar a filha: “Eu expliquei para ela que o personagem terminou, mas que logo ele estará de volta em outros projetos”.
A mesma tristeza assola o garoto Gustavo Melo Secomandi, de 11 anos, quando seu time de coração, o São Paulo, sai de campo derrotado. O menino é são-paulino fanático e adora futebol em geral – tanto que até cortou o cabelo no estilo moicano inspirado pelo jogador Neymar, um dos ídolos do esporte. O pai de Gustavo, Carlos Rogério Secomandi, aproveita a oportunidade para explicar ao filho que a vida é assim mesmo: “Quando o São Paulo perde, digo a ele que isso é normal: um dia se ganha, no outro, se perde”.
Nestes casos, é fundamental que os pais conversem com os filhos, aconselhando-os a encarar tudo de maneira natural e desconstruindo um pouco o mito da figura do ídolo. “A frustração faz parte do crescimento das crianças”, diz a psicóloga Mariana Tezini. Ocasiões do tipo também são uma boa oportunidade para os pais mostrarem aos filhos o ciclo natural da vida: algumas coisas acabam para dar lugar a outras, pelas quais as crianças também podem se interessar.

Maria Fernanda no aniversário: ela chama seu personagem favorito, o pinguim azul dos Backyardigans, de "Pablinho querido"


Fã desde bebê
A paixão e a fantasia por um ídolo não tem idade para começar. Enquanto a maioria das meninas é louca pelas princesas dos clássicos infantis, Maria Fernanda Gonçalves, de três anos, gosta mesmo é do Pablo, do “Backyardigans”. Ela não desgruda da TV durante o desenho e tem todas as temporadas em DVD, além de artigos como toalha, camisola e até um cofrinho do personagem. “Ela para tudo para assistir o Pablo e se refere a ele como o ‘Pablinho querido’”, conta a mãe, a agente de investimentos Patrícia Gonçalves.
Maria Fernanda conheceu o personagem por volta dos sete meses. Desde então, se apaixonou por tudo o que se refere ao Pablo. Na festa de aniversário, ela escolheu o boneco como tema da decoração. “Acho que ela se identifica com ele pelo fato de ser engraçado e carismático”, diz a mãe.
Segundo a terapeuta Mariana Tezini, faz parte do desenvolvimento da criança eleger personagens ou histórias preferidas, geralmente com as quais ela se identifica. A preocupação, no entanto, deve acontecer apenas se a preferência virar fanatismo e afetar a criança de modo mais complexo. Por exemplo, se ela só for dormir se estiver com o pijama do personagem ou segurando o boneco do desenho.
Nesse sentido, é aconselhável que os adultos não estimulem o consumo exagerado de produtos relacionados ao ídolo. “Os pais não devem incentivar o uso de roupas de apenas um determinado personagem, mas oferecer à criança um leque de possibilidades”, sugere a psicóloga comportamental Nancy Eralch Danon.

Outro conselho é sempre conversar com as crianças com um olhar crítico e aproveitar para passar mensagens positivas. Se estiver vendo o filme do ídolo, por exemplo, opine sobre o comportamento dos personagens. Quando assistir a um jogo de futebol, diga que o esporte é algo saudável e que é preciso respeitar os torcedores de outros times.
Na adolescência
Tainá Dias Granziolli, de 15 anos, é louca pelo ídolo teen Eduardo Surita. Há dois anos ela coleciona reportagens e fotos sobre ele, vai aos eventos onde ele está e criou até um fã-clube, que já tem mais de mil meninas participantes. Nas redes sociais, ela se declara “apaixonada” por Surita e chegou a escrever uma carta com mais de três metros para ele. “Não sei explicar por que gosto dele. É fanatismo mesmo”, reconhece a adolescente.
Para a mãe, a assistente administrativa Andreia de Jesus Dias Granziolli, a garota é dedicada ao ídolo mais do que deveria, embora não deixe de lado os estudos. “Ela fica o tempo todo na internet, falando com as amigas sobre ele”, diz.
Mas para a terapeuta Fabiana Maldonado, no caso dos adolescentes o fanatismo tem um lado positivo: o da identificação com uma tribo. “Nesta fase, é importante e saudável para os adolescentes se sentirem aceitos e fazerem parte de um grupo”, explica.
Mesmo assim, se os pais perceberem que o fanatismo está muito exagerado, podem apresentar aos filhos outras atividades. Mostrar livros e filmes de outros assuntos, convidar para um passeio, fazer viagens: vale tudo para tirar o foco daquele ídolo ou personagem. Se nada adiantar e o fanatismo estiver afetando a vida social do adolescente, o ideal é procurar um especialista para ver se a situação está realmente fora do normal ou se é apenas uma fase.

Fonte:  http://delas.ig.com.br/filhos/como+lidar+com+o+fanatismo+das+criancas/n1597091901906.html

Consumo por impulso começa cada vez mais cedo, aponta pesquisa

Em tempos de crise, um estudo da Universidade de Campinas mostra que nossos jovens não sabem lidar bem com dinheiro

Do G1
Em tempos de crise, uma pesquisa da Unicamp confirmou o que já se percebia sobre o comportamento dos jovens. Os adolescentes não sabem lidar bem com dinheiro. A pesquisa mostrou que a criançada nem pensa em guardar a mesada. Gasta quase tudo de uma vez e com coisas de que, muitas vezes, nem precisa.

Diante da vitrine, o jeitinho dengoso é para convencer a mãe a comprar. Eles são exigentes. “Com 5 anos, já sabe o que quer e é muito determinada. ‘Mamãe, é isso o que quero, é isso o que vou comprar e é isso o que vou usar’”, conta a mãe, que garante: tenta resistir, mas na prática. “Ela já escolheu o azul, o rosa, o verde e o branco. E eu acho que vou comprar todos”, diz.

Ao ceder, ela confirma os dados de uma pesquisa da Universidade de Campinas (Unicamp) que mostra que as crianças e adolescentes brasileiros não estão preparados para lidar com questões financeiras no futuro.

“Aquilo que eles recebem eles gastam imediatamente”, afirma a pesquisadora da Unicamp, Maria Aparecida Belintane.

A pesquisa ouviu crianças e adolescentes entre 8 e 14 anos de idade em três regiões com rendas familiares diferentes. Ao todo, 92% dos entrevistados disseram que recebem mesada dos pais e todos afirmaram gastar tudo com si próprios, o que para a educadora indica a tendência consumista dos adultos no futuro.

A pesquisa identificou ainda que o comportamento se repete independentemente da renda familiar. Para os mais ricos, falta planejamento pelo excesso de dinheiro. Já quem ganha menos cede aos filhos quando pode. Só que nos dois casos, a educação financeira é prejudicada.

A solução é impor limites aos filhos. Seja sistemático. Dê dinheiro sempre em uma mesma data e cobre da criança a prestação de contas. Quando for ao supermercado, faça uma lista e mostre os itens para seu filho. Em parques, determine quantos brinquedos pode ir. Nunca justifique a compra pela falta do dinheiro. Explique que não é hora de consumir.

E atenção: “Não tenha medo de dizer não. Ninguém vai morrer ou fica infeliz porque o pai disse ‘não’. Tenha claros os valores da família para que a criança se oriente a partir deles”, orienta a pesquisadora Maria Aparecida Belintane.

A empresária Célia Feltrin tem dois filhos e resolveu usar o restaurante da família para educar os meninos. Quando eles querem dinheiro, tem que trabalhar. “Eles têm que ter noção que tudo o que temos em casa custou trabalho. Estamos tentando levar isso para o futuro deles”, comenta.

O resultado? eles explicam. “Quando eu quero alguma coisa, eu junto e consigo comprar. Não preciso pedir para minha mãe ou para meu pai”, diz Flávio Feltrin, de 13 anos. “Eu tenho que controlar o meu dinheiro e tenho noção do quanto eles estão se esforçando para conseguir dinheiro e pagar tudo o que eu tenho hoje”, conta Giovani Feltrin, de 17 anos.

A pesquisadora reforça que quem gasta por impulso tende a fazer dívidas. Ou seja, muitos adultos que não entendem por que vivem com as contas no vermelho, podem ter começado lá na infância.
Fonte:  http://pe360graus.globo.com/noticias/economia/pesquisa/2011/08/09/NWS,537216,10,232,NOTICIAS,766-CONSUMO-IMPULSO-COMECA-CADA-VEZ-CEDO-APONTA-PESQUISA.aspx

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Brincando de Casinha com Livros

Postado originalmente no blog Inventando com a Mamãe
No meu último passeio pela livraria, coisa que faço quase que diariamente, o livro-brinquedo A Casa de Bonecas da Sofia chamou a minha atenção. Não resisti e comprei o livro.
A Casa de Bonecas da Sofia é um livro interativo, em forma de casa que, além dos cenários, dos personagens destacáveis, móveis para montar, tem alguns adesivos para a criança decorar os cômodos conforme acompanha a história. Sucesso garantido.
Durante a brincadeiras nós lembramos dos livros-brinquedos, no mesmo estilo, da Ninoca a ratinha graciosa que protagoniza vários livros, da autora Lucy Cousins. Pegamos o Sítio da Ninoca e Casinha da Ninoca que estavam esquecidos na estante. A brincadeira ficou mais animada com a vizinhança completa. Ninoca arrumou o sítio para receber a visita da Sofia e sua família. Depois de muita diversão com as atividades do sítio como alimentar as galinhas, tirar leite da vaca, todos foram para a Casinha da Ninoca. Sofia e Ninoca ficaram muito amigas e no dia seguinte foi a vez da Ninoca ir conhecer a casa da Sofia.
Assim passamos algumas horas, sentadas no chão da varanda, lendo, brincando, voando na imaginação e construindo várias histórias a partir dos três livros.
Fonte: http://networkedblogs.com/snm99

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dicas para viajar de avião com crianças

Agora que estamos em tempos férias, é altura de viajar, de se alegrar e divertir
por Solange Sousa Mendes 

Caminos
Para que a euforia da partida não se transforme em stresse comprometedor do prazer e bem estar de toda a família, prepare e planei com antecedência a viagem, sobretudo se optou por usar o avião e se vai acompanhado por crianças.

Siga as dicas da Psicóloga Clínica Iolanda Maria e boa viagem!

1 - Antes de viajar com o seu filho certifique-se com um pediatra que está tudo bem com a saúde do pequeno. Segundo os especialistas, basta uma ligeira constipação para ampliar a dor nos ouvidos das crianças quando o avião pousa. Lembre-se que o mau estar nos miúdos faz com que fiquem mais impacientes e o choro aumente.

2  -  Considere a hipótese de administrar um descongestionante nasal no seu filho, antes e depois do voo. Peça a opinião do pediatra. Já agora, evite viajar de avião com o seu filho, se ele tiver menos de 7 dias.

3 -  Certifique-se que leva toda a documentação do seu filho, assim como a que é exigida, no país de destino. Se tiver seguros de saúde e de acidentes pessoais para si e para a sua família, informe-se junto da sua seguradora, se as coberturas se podem alargar a alguma eventualidade que possa ocorrer no estrangeiro. Se assim for, leve consigo os documentos e os contactos necessários, para a activação perante alguma emergência.

4 - Informe-se junto da agência de viagens e da companhia de aviação sobre as facilidades existentes para quem viaja com crianças. Uma vez que estas se podem relacionar com a deslocação até ao avião, a comida especial e as acomodações fornecidas - que muita vez não são muito divulgadas - têm que ser solicitadas com alguns dias de antecedência.

5 - Opte por voos nocturnos. Assim, escusa de quebrar o ritmo de sono do seu filho. Se ele estiver a dormir, não há-de incomodar os outros passageiros com birras.

6 - Antes da viagem, evite dar alimentos ao seu filho, cujos constituintes os possam deixar mais agitados. Os chocolates e  a coca-cola são bons exemplos disso.

7- Acondicione os itens de primeira necessidade e mudas de roupa em pacotes de plástico. Um dos packs pode conter fraldas, lenços húmidos, pomadas, pó de talco, protector acolchoado para usar na bancada. Outro pode conter roupa mais quente, e, por último, outro com roupa mais fresca. Se possível, acondicione todas estes pacotes, o biberão e as chuchas em mochilas. Assim, será mais fácil deslocar-se, já que vai estar de braços livres.

8 - Leve consigo uma mini-farmácia com os medicamentos importantes para o seu filho. Tenha em atenção às regras vigentes para o transporte das bagagens de mão. Não pode transportar frascos com mais de 100ml. 9 -  Leve mantimentos. Leve alimentos que saiba à partida que o seu filho come, mesmo em situações mais complicadas. As bolachas, barritas e alguns rebuçados são para a maior parte dos miúdos boas opções. Além disso, são úteis para a criança comer e chupar na aterragem, ocasião em que a alteração da pressão leva a que aumente o incomodo ou a dor nos ouvidos.

10 - Se o seu filho ainda for bebé, opte por amamentá-lo, durante a descolagem e a aterragem. Isso ajuda relativamente ao ouvido interno. Já agora dê-lhe também água, durante o voo.

11 - Tenha sempre próximo o saco para os enjoos. Nunca se sabe como o seu filho se vai dar com a viagem.

12 - Mantenha o seu filho entretido. Como as viagens longas levam a que os miúdos se sintam mais impacientes e irrequietos, é aconselhável que tanto os bebés como as crianças mais velhas estejam entretidas durante a viagem com alguns brinquedos, divertimentos portáteis e coloridos e livros, de preferência que ainda não conheçam e que não tenham muito som.

Com o apoio Oficina de Psicologia

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O dizer "não" na educação

Por Içami Tiba

É muito comum os pais se queixarem que seus filhos não atendem aos nãos que eles lhes falam, ordenam, pedem, imploram ou mesmo quando  dão a entender...
Esta desobediência ao não dos pais é globalizada. Praticamente todas as crianças do planeta custam a obedecer os seus pais. Há exceções, que são raras, que confirmam a regra de que os filhos hoje estão desobedientes aos seus pais.
É bastante comum eu ouvir este lamento de mães dito com um grande desânimo: Meu filho não me obedece, grita comigo, faz só o que quer, me agride, me ofende... Então eu pergunto: Quantos anos ele tem?  Elas respondem: 2 anos!
Como pode uma criança de dois anos de idade tumultuar tanto a vida da sua mãe?
Digo com bastante convicção que é devido ao que o filho recebeu, como educação ou não, do que lhe aconteceu desde que nasceu. Raríssimos são os casos em que as crianças nascem desobedientes, como doenças psiquiátricas e graves transtornos psicológicos e de caráter. A maioria nasce absolutamente normal e vai se tornando inadequada ou deseducada aos poucos.
Um nenê que durma no colo para depois ser colocado no bercinho já começa um costume errado, pois lugar de dormir passa ser o colo e não o berço. Se, cada vez que acorda durante a noite, ele é pego no colo ele aprende que berço não é lugar para ele ficar, e passa a reivindicar a ficar no colo, onde irá adormecer. O nenê começa a formar a imagem de que só deve ir ao berço quando já estiver dormindo. Assim se ele for colocado no berço ainda acordado, ele se recusará a ficar no berço e criará mil desculpas próprias da idade para não ficar no berço. Sem dúvida é muito gostoso dormir no calor, no balanço e no afeto de um colo do que no bercinho. Não é natural no ser humano acordar em um lugar que ele não deitou.  Enquanto ele nada sabe, ele dorme em qualquer lugar, portanto ele após arrotar o que mamou deve ser colocado de lado no berço para dormir, por mais que os adultos queiram lhe dar colo. O nenê chorar no berço, gritar, dizer palavras incompreensíveis etc é uma defesa natural por preferir fazer o que aprendeu, dormir no colo. Ele já sabe que está lutando por um direito que ganhou dos pais que queriam muito mais agradá-lo do que não o educar. O nenê não está desrespeitando ninguém. São os adultos à sua volta que não souberam educá-lo a dormir sozinho no berço. Quem aprende dormir no colo não quer saber se naquela noite os pais não têm como dar-lhe colo. Ele luta para dormir no que já se acostumou: o colo.
Um ponto muito importante que todos os humanos deveriam saber é: “Ninguém sente falta do que não conhece, mas arca com suas consequências”.
Todos sabem que lugar do bebê dormir é no berço e não no colo, mas como a maioria não sabe que o local do bebê adormecer também deve ser no berço, arcam com as conseqüências de um bebê que acaba atrapalhando o sono dos pais e muitas vezes até separando os cônjuges. Amor é muito bom, mas não resolve este problema das noites mal dormidas de todos na família. Não é errando que se aprende, mas sim corrigindo o erro.
Assim também muitos nãos dos pais não são obedecidos principalmente pelos filhos:
  • que percebem que o não pode ser transformado em sim;
  • que nada lhe acontece se não obedecer ao não e continuar fazendo o que queria;
  • que os pais num dia dizem sim e noutro, não;
  • que basta questioná-los que eles deixam quando os pais não têm respostas;
  • que a boca diz não, mas os olhos dizem sim;
  • que a palavra diz não, mas todo o comportamento diz sim;
  • que o agora não se transforma em daqui a pouco pode.


Içami Tiba

Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Pais e Educadores de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 28 livros
Fonte:  http://educacao.uol.com.br/colunas/icami_tiba/2011/08/09/o-dizer-nao-na-educacao.jhtm

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A Importância do Brincar na Educação Infantil - Sueli Ferreira da Silva

Menina sorrindo

Palavras-chave: brincar, escola, criança, aprendizagem.

Resumo

Este artigo aborda a criança e o lúdico, bem como a importância do brincar na educação infantil, assim como da brincadeira e do brinquedo, bem como qual é o papel do professor.

Ao pensar as crianças e o lúdico, o artigo identifica como elas eram tratadas pela sociedade e quando houve mudança nessa postura em relação à educação e à posição ocupada pela criança em seu meio social.

É observada, também, a importância das brincadeiras e dos brinquedos porque é por meio da brincadeira que a criança se desenvolve e adquire situações no espaço lúdico, o qual se tornará peça fundamental para sua aprendizagem social.

O artigo, ainda, preocupa-se em abordar o quão importante tornou-se o brincar para as crianças e a partir de qual momento os educadores tomaram consciência de que a criança necessita do brincar e, ainda, que é brincando que a criança aprende a ser um adulto. 

Introdução

A criança

Antigamente, as crianças eram consideradas adultas em miniatura, ou seja, não podiam ter um comportamento infantil e, não importando o fato de serem pequenas, elas deveriam possuir responsabilidades. Suas vestes eram idênticas aos dos adultos e, como tais, tinham vida social juntas a eles, participando de festas com homens e mulheres embriagados.

Como se não bastasse, tudo era permitido na frente das crianças e, por não fazer parte do costume da época, não as ensinavam sobre boas maneiras e nem hábitos de higiene.

Os pais decidiam o futuro das crianças e, se a família a que pertenciam possuía bens, elas eram educadas para o futuro, recebendo estudos, mas, se suas famílias eram pobres, sua educação era voltada para o trabalho.

Posteriormente, entendeu-se que a criança não é um adulto pequeno, ela tem necessidades e características próprias e vai se tornar um adulto quando passar as etapas do seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional.

A partir dos trabalhos de Comenios (1593), Rousseau (1712) e Pestalozzi (1746), surge um novo “sentimento da infância” que protege as crianças e que auxilia este grupo etário a conquistar um lugar enquanto categoria social.

Partindo desse conceito, a população, ou seja, a sociedade passa a analisar a criança de outra forma, classificando, assim, a categoria infantil.

A criança passa a ser educada em vários sentidos para que, conforme o seu crescimento, adquira conhecimento específico à sua idade, enquanto limites relativos à sua idade são aplicados perante familiares e sociedade.

Constata-se, também, que, devido à falta de instrumentos ou objetos adequados para o ensino, nessa época usava-se o que se tinha à mão para aplicar a aprendizagem, chegando, inclusive, a usar doces e guloseimas em geral com letras e números, transformando-os nos primeiros “materiais e jogos didáticos”.

O lúdico

O lúdico é a forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos e o raciocínio de uma criança por meio de jogos, música, dança e mímica.  

O intuito é educar e ensinar, enquanto a criança se diverte e interage com os outros, tornando leve e descontraído qualquer aprendizado.

Por meio das brincadeiras, a criança ultrapassa seus limites, impondo desafios cada vez maiores ao lúdico.

Em suas brincadeiras de faz de conta, por exemplo, ela mesma cria situações que exijam mais de si. É por meio das brincadeiras que as crianças passam a entender as regras impostas, pois no próprio brincar elas se deparam com situações afins de seu dia a dia.

Como acontece em brincadeira de mamãe e filhinha, a criança se põe no papel de mãe e passa a tratar a boneca como sua filha e, ao impor suas regras, passa a compreender alguns limites e determinadas atitudes de adultos em relação a elas.

Para Oliveira (1990), “as atividades lúdicas são a essência da infância”. Considerando que estas atividades ajudam a construir o conhecimento e propiciam experiências prazerosas e benéficas para as crianças, alguns destes benefícios podem ser destacados:

- Desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento.

- Socialização.

- Assimilação de valores.

- Aprimoramento de habilidades.

Há várias atividades lúdicas existentes e, dentre elas, algumas se destacam:

- Brincadeiras tradicionais.

- Jogos.

- Danças.

- Brincar de faz de conta.

Segundo Almeida, M.T. P, 2000, o brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é uma experiência humana, rica e complexa.

A criança brinca naturalmente e quase tudo se transforma em objeto do brincar, ou seja, um pedaço de papel vira um avião, uma caixinha se transforma em cama, entre tantas outras possibilidades.

Tudo isso pode ser desconsiderado aos olhos dos adultos, mas brincar é um direito de todas as crianças e está garantido no Princípio VII da Declaração Universal dos Direitos das Crianças da UNICEF.

No caso, esse direito garante que... “A criança deve ter  todas as possibilidades de se entregar aos jogos e às  atividades recreativas, que  devem ser orientadas para os fins visados pela educação; a sociedade e os poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito”  (Declaração universal dos direitos da criança, 1959).

Partindo da teoria, sabemos que brincar é uma atividade fundamental para o desenvolvimento físico e mental e para o bem-estar das crianças, devendo ser incentivado pelas instituições escolares e pelos órgãos públicos na forma de espaços lúdicos apropriados.

A importância do brincar na educação infantil

Como já foi mencionado, é fundamental para a aprendizagem o fator lúdico para a criança, considerando que as atividades trabalhadas de maneira planejada são excelentes instrumentos do ensino-aprendizagem.

Encontramos na educação infantil um espaço lúdico apropriado para esse desenvolvimento, com conteúdos preparados de maneira criativa e realização prazerosa, visando que as crianças assimilem o conhecimento proposto.

Contudo, algumas escolas ainda trabalham apenas a mente na escolarização, deixando de fora o lúdico como instrumento do conhecimento.

Nos tempos atuais, as propostas de educação infantil dividem-se entre as que reproduzem a escola elementar com ênfase na alfabetização e números (escolarização) e as que introduzem a brincadeira, valorizando a socialização e a recriação de experiências. No Brasil, grande parte dos sistemas pré-escolares tende para o ensino de letras e números, excluindo elementos folclóricos da cultura brasileira como conteúdo de seu projeto pedagógico. As raras propostas de socialização que surgem desde a implantação dos primeiros jardins da infância acabam incorporando ideologias hegemônicas presentes no contexto histórico-cultural. (Oliveira, 2000)

As instituições escolares deveriam propiciar condições para a construção do conhecimento por meio da investigação e realização, fatores importantíssimos para a criança no processo de aprendizagem.

Brincadeiras e brinquedo

Brincadeira

A brincadeira é uma situação importante vivenciada pelas crianças e este exercício lúdico proporciona descobertas de novos conhecimentos e desenvolvimento de muitas habilidades de forma natural e agradável.

Ao brincarem, as crianças estão mais aptas a desenvolverem bons sentimentos, partilharem, sociabilizarem-se, respeitarem-se mutuamente e obedecerem a regras.

A brincadeira oferece a elas a oportunidade de se prepararem para o futuro e experimentarem o mundo que as rodeia.

“Todos nós conhecemos o grande papel dos jogos para a criança, pois ela desempenha a imitação. Com muita frequência, estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram dos adultos, isso não obstante a estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzirem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança.” (Vygotsky, 1999:12)

Brinquedo


Para a autora Kishimoto (1994), o brinquedo é considerado um “objeto de suporte da brincadeira”.

O brinquedo é na verdade o objeto usado como metodologia para a criança por meio de representações, ou seja, a imaginação passa a representar o momento vivido ou impõe à criança o adentrar no mundo real

É o que ocorre nas brincadeiras em que são representados o médico, o dentista, o cozinheiro, o papai e mamãe, a professora, o circo, o piloto de avião, o carrinho, o caminhão, a fazendinha, o cowboy etc.

Podemos citar, entre outros,  os jogos de quebra-cabeça que desenvolvem o raciocínio lógico da criança, assim como os de tabuleiros que desenvolvem a compreensão de números e operações matemáticas.

Constata-se, também, a tradicionalidade e universalidade das brincadeiras que podem ser vistas nos povos antigos e distintos como os da Grécia e do Oriente, os quais utilizavam brincadeiras como a amarelinha, empinar papagaios e jogar pedrinhas.

Observa-se que até hoje as crianças se utilizam desses jogos para se divertirem por meio de conhecimentos empíricos.

A criança de 2 a 4 anos começa a desenvolver a brincadeira do faz de conta quando, no brincar, ela altera os significados dos objetos, expressando os seus sonhos e o seu faz de conta.

O faz de conta, inclusive, vem de alguma situação ou experiência anterior vivida pela criança. 

Ao longo do tempo, o brinquedo ganhou posição importante como instrumento facilitador da aprendizagem e muitas práticas pedagógicas se beneficiaram deste fato.

O professor

Os educadores passam a observar que as crianças usam as brincadeiras como uma forma de aprendizagem, demonstrando por elas o que o adulto faz no seu dia a dia.

O professor tem um papel muito importante na educação, pois ele é o mediador entre o aluno e o conhecimento, proporcionando situações de aprendizagem para desenvolver as capacidades afetivas, cognitivas, emocionais e sociais.

Ele deve oferecer à criança um ensino de qualidade, bem como um ambiente saudável e de igualdade, que seja interessante e seguro.

É de extrema importância que o professor interaja com os alunos, que dialogue com eles e respeite as suas formas de manifestação. Numa sala de aula, há diversas crianças, sendo muitas dentro da normalidade e algumas distantes dela e, assim, cabe ao professor saber trabalhar com a diferença e buscar estímulos para os alunos que demostram dificuldades.

Para que isso ocorra, os profissionais da educação devem buscar uma formação continuada e empenhar-se sempre no aperfeiçoamento da prática, pois trabalham com conteúdos diversos e abrangentes, devendo estar comprometidos com  a formação de seus alunos.

"O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas." (Jean Piaget).

Conclusão

No decorrer deste artigo, houve acompanhamento das trajetórias da criança e da educação e conclui-se que, apesar de muitos progressos terem ocorridos no tratamento às crianças no que se referente a cuidados, proteção, educação, cultura, lazer etc., há ainda muito a ser feito.

As escolas devem voltar o olhar para esses pequenos que estão sempre dispostos a aprender e necessitam de educação de qualidade. Unidas, família e escola, têm o dever de cuidar e educar.
Fonte:  http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=2113

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Crianças que batem


Taí uma boa polêmica: quem nunca conheceu ou ouviu falar em meio a rodas de conversas sobre crianças que vira e mexe batem nos amiguinhos sem motivo aparente? Diante do assunto, as reações dos pais são diversas. Há os que ficam com raiva da criança, os que demonstram pena. Há até mesmo os que chegam a cortar relações com os pais do pequeno agressor. A situação é complicada, pois ninguém gosta de ver o filho apanhar, e ensinar uma criança pequena a controlar seus impulsos também não é lá das tarefas mais fáceis. Enfim, por que isso acontece e como lidar com o problema?
“Bater faz parte do repertório das crianças, sobretudo das pequenas, para tentar resolver seus problemas. É um sintoma que tende a se resolver com o amadurecimento e a convivência social. Quando perdura e começa a trazer dificuldades, é hora de se perguntar o que a criança está nos falando com isso”, diz a psicóloga Ana Elizabeth Cavalcanti, da clínica CPPL.
A princípio, porém ela faz uma ressalva. “As generalizações são sempre perigosas, quando tratamos de comportamentos humanos. Embora os sintomas possam apresentar semelhanças, as motivações de cada criança são sempre singulares e para compreendê-los é preciso conhecer bem a criança, suas condições ambientais, sua família e sua história”.
Segundo a psicóloga, é preciso compreender que os sintomas apresentados pelas crianças revelam o modo como elas estão se organizando perante os problemas e exigências que a vida vai colocando. “Nesse sentido, o sintoma deve ser compreendido como uma comunicação acerca do que se passa em sua vida psíquica. Existem então os sintomas transitórios – aqueles que aparecem e desaparecem espontaneamente – e aqueles que perduram, acabando por trazer dificuldades para as crianças. Dentre tantos outros sintomas da infância, bater é um deles e deve ser tomado nesse mesmo registro, ou seja, pode ser um sintoma transitório, muito frequente entre as crianças até três anos, ou pode perdurar, o que deve nos levar a indagar o que ele está revelando acerca daquela criança. Não se trata de falta de controle da criança, mas de que ela não está conseguindo lidar com as situações de outra forma”.
Diante desse sintoma, diz Ana Elizabeth, a posição dos adultos é muito importante. “É fundamental não confundir as coisas. Primeiro, é preciso ressaltar que a criança que bate não é necessariamente um adulto agressivo ou violento em potencial. É muito comum encontramos esse tipo de fantasia por parte dos adultos, sobretudo entre aqueles que têm muita dificuldade em lidar com a agressividade. Segundo, é importante não perder de vista que a criança que bate é uma criança e não pode ser tomada no lugar de adulto. Hoje, é frequente vermos adultos completamente descontrolados diante dos filhos ou alunos que lhes bateram, ou frente a coleguinhas que bateram em seus filhos. Alguns se comportam como se estivessem frente a perigosos agressores, perdendo completamente a condição de oferecer qualquer contenção ou ajuda a essas crianças”.
Em terceiro lugar, ressalta a psicóloga, é importante compreender que quando se trata de briga de crianças, geralmente as melhores soluções vêm delas mesmas. “Portanto, muito cuidado quando tentar resolver as situações por elas, porque pode-se estar roubando-lhes grandes oportunidades de desenvolvimento e crescimento”.
Fonte: http://maesefilhos.com/criancas-que-batem/