segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dicas para viajar de avião com crianças

Agora que estamos em tempos férias, é altura de viajar, de se alegrar e divertir
por Solange Sousa Mendes 

Caminos
Para que a euforia da partida não se transforme em stresse comprometedor do prazer e bem estar de toda a família, prepare e planei com antecedência a viagem, sobretudo se optou por usar o avião e se vai acompanhado por crianças.

Siga as dicas da Psicóloga Clínica Iolanda Maria e boa viagem!

1 - Antes de viajar com o seu filho certifique-se com um pediatra que está tudo bem com a saúde do pequeno. Segundo os especialistas, basta uma ligeira constipação para ampliar a dor nos ouvidos das crianças quando o avião pousa. Lembre-se que o mau estar nos miúdos faz com que fiquem mais impacientes e o choro aumente.

2  -  Considere a hipótese de administrar um descongestionante nasal no seu filho, antes e depois do voo. Peça a opinião do pediatra. Já agora, evite viajar de avião com o seu filho, se ele tiver menos de 7 dias.

3 -  Certifique-se que leva toda a documentação do seu filho, assim como a que é exigida, no país de destino. Se tiver seguros de saúde e de acidentes pessoais para si e para a sua família, informe-se junto da sua seguradora, se as coberturas se podem alargar a alguma eventualidade que possa ocorrer no estrangeiro. Se assim for, leve consigo os documentos e os contactos necessários, para a activação perante alguma emergência.

4 - Informe-se junto da agência de viagens e da companhia de aviação sobre as facilidades existentes para quem viaja com crianças. Uma vez que estas se podem relacionar com a deslocação até ao avião, a comida especial e as acomodações fornecidas - que muita vez não são muito divulgadas - têm que ser solicitadas com alguns dias de antecedência.

5 - Opte por voos nocturnos. Assim, escusa de quebrar o ritmo de sono do seu filho. Se ele estiver a dormir, não há-de incomodar os outros passageiros com birras.

6 - Antes da viagem, evite dar alimentos ao seu filho, cujos constituintes os possam deixar mais agitados. Os chocolates e  a coca-cola são bons exemplos disso.

7- Acondicione os itens de primeira necessidade e mudas de roupa em pacotes de plástico. Um dos packs pode conter fraldas, lenços húmidos, pomadas, pó de talco, protector acolchoado para usar na bancada. Outro pode conter roupa mais quente, e, por último, outro com roupa mais fresca. Se possível, acondicione todas estes pacotes, o biberão e as chuchas em mochilas. Assim, será mais fácil deslocar-se, já que vai estar de braços livres.

8 - Leve consigo uma mini-farmácia com os medicamentos importantes para o seu filho. Tenha em atenção às regras vigentes para o transporte das bagagens de mão. Não pode transportar frascos com mais de 100ml. 9 -  Leve mantimentos. Leve alimentos que saiba à partida que o seu filho come, mesmo em situações mais complicadas. As bolachas, barritas e alguns rebuçados são para a maior parte dos miúdos boas opções. Além disso, são úteis para a criança comer e chupar na aterragem, ocasião em que a alteração da pressão leva a que aumente o incomodo ou a dor nos ouvidos.

10 - Se o seu filho ainda for bebé, opte por amamentá-lo, durante a descolagem e a aterragem. Isso ajuda relativamente ao ouvido interno. Já agora dê-lhe também água, durante o voo.

11 - Tenha sempre próximo o saco para os enjoos. Nunca se sabe como o seu filho se vai dar com a viagem.

12 - Mantenha o seu filho entretido. Como as viagens longas levam a que os miúdos se sintam mais impacientes e irrequietos, é aconselhável que tanto os bebés como as crianças mais velhas estejam entretidas durante a viagem com alguns brinquedos, divertimentos portáteis e coloridos e livros, de preferência que ainda não conheçam e que não tenham muito som.

Com o apoio Oficina de Psicologia

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O dizer "não" na educação

Por Içami Tiba

É muito comum os pais se queixarem que seus filhos não atendem aos nãos que eles lhes falam, ordenam, pedem, imploram ou mesmo quando  dão a entender...
Esta desobediência ao não dos pais é globalizada. Praticamente todas as crianças do planeta custam a obedecer os seus pais. Há exceções, que são raras, que confirmam a regra de que os filhos hoje estão desobedientes aos seus pais.
É bastante comum eu ouvir este lamento de mães dito com um grande desânimo: Meu filho não me obedece, grita comigo, faz só o que quer, me agride, me ofende... Então eu pergunto: Quantos anos ele tem?  Elas respondem: 2 anos!
Como pode uma criança de dois anos de idade tumultuar tanto a vida da sua mãe?
Digo com bastante convicção que é devido ao que o filho recebeu, como educação ou não, do que lhe aconteceu desde que nasceu. Raríssimos são os casos em que as crianças nascem desobedientes, como doenças psiquiátricas e graves transtornos psicológicos e de caráter. A maioria nasce absolutamente normal e vai se tornando inadequada ou deseducada aos poucos.
Um nenê que durma no colo para depois ser colocado no bercinho já começa um costume errado, pois lugar de dormir passa ser o colo e não o berço. Se, cada vez que acorda durante a noite, ele é pego no colo ele aprende que berço não é lugar para ele ficar, e passa a reivindicar a ficar no colo, onde irá adormecer. O nenê começa a formar a imagem de que só deve ir ao berço quando já estiver dormindo. Assim se ele for colocado no berço ainda acordado, ele se recusará a ficar no berço e criará mil desculpas próprias da idade para não ficar no berço. Sem dúvida é muito gostoso dormir no calor, no balanço e no afeto de um colo do que no bercinho. Não é natural no ser humano acordar em um lugar que ele não deitou.  Enquanto ele nada sabe, ele dorme em qualquer lugar, portanto ele após arrotar o que mamou deve ser colocado de lado no berço para dormir, por mais que os adultos queiram lhe dar colo. O nenê chorar no berço, gritar, dizer palavras incompreensíveis etc é uma defesa natural por preferir fazer o que aprendeu, dormir no colo. Ele já sabe que está lutando por um direito que ganhou dos pais que queriam muito mais agradá-lo do que não o educar. O nenê não está desrespeitando ninguém. São os adultos à sua volta que não souberam educá-lo a dormir sozinho no berço. Quem aprende dormir no colo não quer saber se naquela noite os pais não têm como dar-lhe colo. Ele luta para dormir no que já se acostumou: o colo.
Um ponto muito importante que todos os humanos deveriam saber é: “Ninguém sente falta do que não conhece, mas arca com suas consequências”.
Todos sabem que lugar do bebê dormir é no berço e não no colo, mas como a maioria não sabe que o local do bebê adormecer também deve ser no berço, arcam com as conseqüências de um bebê que acaba atrapalhando o sono dos pais e muitas vezes até separando os cônjuges. Amor é muito bom, mas não resolve este problema das noites mal dormidas de todos na família. Não é errando que se aprende, mas sim corrigindo o erro.
Assim também muitos nãos dos pais não são obedecidos principalmente pelos filhos:
  • que percebem que o não pode ser transformado em sim;
  • que nada lhe acontece se não obedecer ao não e continuar fazendo o que queria;
  • que os pais num dia dizem sim e noutro, não;
  • que basta questioná-los que eles deixam quando os pais não têm respostas;
  • que a boca diz não, mas os olhos dizem sim;
  • que a palavra diz não, mas todo o comportamento diz sim;
  • que o agora não se transforma em daqui a pouco pode.


Içami Tiba

Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Pais e Educadores de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 28 livros
Fonte:  http://educacao.uol.com.br/colunas/icami_tiba/2011/08/09/o-dizer-nao-na-educacao.jhtm