sábado, 9 de julho de 2011

As mulheres podem conciliar filhos e carreira? Depende


Uma repórter de um jornal inglês, Lisa Belikin, conduziu um novo estudo para tentar responder a uma velha questão: por que a mulher moderna se sente pressionada a escolher entre filhos ou carreira profissional, sem considerar conciliar ambas as atividades? O estudo partiu de uma pesquisa com 3.000 mulheres graduadas em universidades, entre 33 e 45 anos; metade delas não tinha filhos, o que foi tomado como um dado alarmante.


A pesquisa, voltada às mulheres britânicas, tentava entender o motivo pelo qual algumas escolhiam não ter filhos. A justificativa, de maneira geral, era a necessidade feminina de ter absoluto controle da própria vida, o que não é possível quando há filhos, segundo as pesquisadas. Elas afirmam que não se trata de egoísmo em não querer doar parte de seu tempo, mas sim da falta de vontade em ser mãe. Como elas não se sentem “maternais”, não consideram que a falta de filhos deixa um vazio em suas vidas.


Os números refletem a modernidade: a pesquisa apurou que 91% das mulheres ajudavam na renda do casal, antes de eventuais filhos, e 19% ganhavam ainda melhor que o parceiro (namorado, noivo ou marido). Diante desse panorama, algumas temiam ser demitidas com a chegada de uma criança, pois não é barato para uma empresa manter uma mulher grávida em seu quadro de funcionários. Entre as pesquisadas que nunca engravidaram, 74% se consideravam “ambiciosas”, e esse número caiu para 65% entre aquelas que já tiveram bebês.


As políticas públicas sobre mães profissionais têm dado o que falar em vários países. Na Itália, uma empresa demitiu mulheres com a alegação de que elas precisavam ficar em casa cuidando das crianças, o que gerou protestos e discussões em torno do tema. A pesquisa cita um caso da Alemanha, onde 14% das mulheres com um filho têm um emprego fora de casa, e apenas 6% o fazem tendo dois filhos.


Na Europa, atribui-se essa “tendência social” de empurrar as mães de família para fora do mercado de trabalho a estereótipos históricos. Em épocas de guerra e ditaduras durante a primeira metade do século XX, como era o caso da Alemanha, cultivou-se a imagem da mulher como a mãe que protege o lar e a família, e isso foi carregado como bagagem cultural até os dias de hoje, como mostram os números. 


http://hypescience.com/as-mulheres-podem-conciliar-filhos-e-carreira-depende/

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