terça-feira, 19 de julho de 2011

Alimentação: mais um esforço conjunto da escola e dos pais




No carnaval conversei com duas amigas sobre esta questão da alimentação e da escola, uma mãe e outra professora e a conclusão a que cheguei é que, como em outros temas, a escola é o ponto central da boa alimentação infantil. Na minha infância, em escola pública do interior do Paraná, a gente fazia fila para “tomar” lanche da escola. Eu tinha uma sorte imensa porque a “tia” que fazia o lanche era uma prima da minha avó e sempre me mimava! E o que era este lanche? Pasmem!, era comida. Às dez da manhã a gente corria com os pratiinhos ou canecas de metal para tomar sopa, comer polenta (a iguaria de sexta-feira) e outros alimentos que sustentam!


O desjejum era café com leite e pão com manteiga antes da aula, eu praticamente almoçava no meio da manhã, depois chegava em casa morrendo de fome e dá-lhe um almoção cheio de verduras, arroz, feijão e carne. Comparativamente, apesar do artifício da minha avó de nos ensinar a gostar de vegetais com “tempurá” (o bolinho empanado japonês), tinha pouca fritura e a gente comia muita coisa natural. Suco era de fruta mesmo, geralmente laranjada, limonada ou algo do gênero. Refrigerante era coisa de final de semana e olhe lá.


Hoje a coisa é tão diferente com meus filhos que eu sinto um imenso pesar quando reflexiono sobre o tema. A lista de produtos vendidos na cantina da escola é nutricionalmente pobre, um misto de muito açúcar e carboidrato (e quando eles falam que estão adotando práticas saudáveis quer dizer que tiraram as frituras, mas os assados continuam cheios de queijos gordos e conservantes) e os colegas levam lanches de comercial de canal infantil. Nada contra, sabem? Adoro comer tranqueiras e acho que tem que ter um dia para tudo, mas não todo dia!


Ao ler o post da Cybele e lembrar de nossa conversa no feriado de carnaval, lembrei do quanto é difícil voltar a comer bem depois das férias. Li recentemente um artigo no qual a nutricionista com especialização em nutrição pediátrica Elaine Occhialini comentava que essa é uma tarefa que pode despertar interesse dos próprios alunos na volta às aulas. Achei boa a ideia de envolver a molecada na busca por um cardápio mais saudavel e equilibrado, que podemos alcançar sem abrir mão das gostosuras.


Concordo com a linha de pensamento que diz que mais do que controlar os alimentos, o fundamental é ensinar a importância da alimentação equilibrada e como torná-la possível no cotidiano. Ninguém precisa comer salada o tempo todo, né?  Neste caminho está o livre-docente em Nutrologia Pediátrica e conselheiro da instituição Criança e Consumo José Augusto Taddei. Ele afirma que é importante que a criança entenda o porquê de fazer escolhas saudáveis na hora da merenda para, a partir daí, começar a achar aquele lanche gostoso e interessante. Vejo aqui em casa: proibir não adianta. Dá mais resultado mostrar à criança que o lanche saudável faz a gente se sentir melhor, dá mais energia e que, de quebra, pode ser gostoso.


E neste caminho, o perfeito é contar com a escola. Há uns dois anos a professora do meu filho instituiu quinta-feira como o dia da fruta. Neste dia cada um levava alguma opção e ela cortava e repartia com o grupo, criando oportunidade de trocarem impressões e, acima de tudo, provarem coisas novas. O “repertório” do meu filho aumentou muito – e, felizmente, não recuou, ele ainda come as tais frutas que descobriu lá atrás. Recentemente, motivado pela paixão do Chico Bento pelas goiabas do Nhô Lau, ele está mordiscando a fruta, da qual só gostava do doce. E andaram provando várias frutas para ver como eram na verdade as que “plantam” no Farmville, brincadeira de fazendeiro do Facebook. Estas experiências me mostram que sempre tem como fazer a criança descobrir coisas novas sem grandes atritos. ;)


Fonte: http://www.samshiraishi.com/alimentacao-mais-um-esforco-conjunto-da-escola-e-dos-pais/

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