 
                                    As  férias escolares trazem às famílias muitas dúvidas em relação ao que  proporcionar às suas crianças nesse período. A primeira idéia é quase  sempre planejar uma viagem, mas a realidade é que, hoje, com pai e mãe  trabalhando fora, tornou-se difícil fazer coincidir o período de férias  do casal junto com o dos seus filhos.
Além  disso, o ônus financeiro que viajar em família representa para o  orçamento doméstico já é um impeditivo importante para muitos e há  também outro fator a ponderar: quando nossos filhos são pequenos, é  muito fácil escolher o local onde passaremos as férias, porém cada vez  mais cedo as crianças demonstram a sua vontade de experimentar como é  ficar longe dos irmãos e dos pais por alguns dias, seja em um  acampamento ou na casa de coleguinhas. Conforme vão crescendo, começam a  querer cada vez mais viajar com os amigos, ir para a casa de parentes  onde há outros jovens e até descobrirem sozinhos novos percursos.
De  toda forma, acompanhados ou não, crianças e adolescentes, assim como os  adultos, terão que se hospedar em algum lugar, seja um hotel, seja a  casa de amigos ou de parentes. Nessa hora é que devemos nos lembrar que  muitas coisas devem ir na mochila e na mala de nossos filhos, além das  roupas apropriadas ao clima e aos programas, os brinquedos preferidos,  os joguinhos eletrônicos, os tênis, os remédios, o celular...
É  preciso ir junto com eles, ainda, a conduta, os valores e a educação que  lhes transmitimos ao longo da vida, não só para representarem bem toda a  família, mas até para serem bem recebidos e convidados para voltarem  mais vezes! Há necessidade de preparar nossas crianças que seguem em  passeio ou viagem com ou sem a nossa presença, para o que significa esse  novo desafio em suas vidas, que é o de ser hóspede de alguém.
Por  melhor que seja o local e o acolhimento das pessoas, elas têm que ter  consciência de que não estão na sua casa e que devem cuidar sozinhos de  si, de suas coisas e manter com as demais pessoas um relacionamento  respeitoso e cordial: é para dar "bom dia", pedir licença, dizer  "obrigada", se oferecer para ajudar no que for possível...
Ensinar  tudo isso exige a atenção constante dos pais e uma supervisão  permanente da prática diária desses costumes ao longo dos anos, pois só  assim é possível criar filhos autônomos, capazes de respeitar pessoas e  costumes diferentes, hábitos e limites familiares novos e de aproveitar  as possibilidades da sua nova experiência.
Crianças  que em sua casa são excessivamente barulhentas, que não estão  acostumadas a separar sua roupa usada em um cesto especial para isso,  que desmontam um armário inteiro em busca de uma camiseta, que atiram  pelo chão as meias, os tênis, que não conseguem manter o banheiro em  ordem depois do uso, que não guardam suas coisas depois de utilizá-las,  que não ajudam nas tarefas do dia a dia, como colocar e tirar a mesa das  refeições, arrumar sua cama de manhã, etc , com certeza não conseguirão  adquirir esses hábitos na véspera de uma viagem e muito menos será  durante esse período que aprenderão novos costumes, sem passarem e nos  fazerem passar por muitos momentos constrangedores.
Tudo  que diz respeito à criação de nossos filhos é, sim, nosso problema e  somos responsáveis por eles e por seu comportamento até que atinjam a  maioridade: está até na lei! Orientá-los diariamente nas tarefas mais  corriqueiras, dando-lhes responsabilidades, exigindo que se comportem  adequadamente em todas as situações, não é uma questão de "etiqueta",  mas sim de respeito ao próximo, às normas sociais e de civilidade.
Para  termos confiança no comportamento que nossas crianças terão nesta ou  naquela situação, é imprescindível ensiná-las desde cedo que, para  poderem gozar de um privilégio, antes devem aprender muitas normas e  limites e demonstrarem sua capacidade de se sair bem em sua própria  casa!
Nossos  filhos podem e devem viajar vez ou outra sem a família, desde que bem  acompanhados, para um local conhecido e seguro. Podem gradualmente ir  dispensando nossa vigilância, mas não prescindem nunca de nossa  orientação e de uma educação responsável desde muito cedo.
Algumas regrinhas podem ajudar todos, sejam crianças ou jovens, a serem hóspedes muito queridos:
- Procurar não falar alto demais, assim como respeitar o sono dos outros não fazendo barulho à noite;
- Jamais interromper a conversa de adultos;
-  Procurar conhecer e seguir as normas da casa onde estiver hospedado,  ainda que estas sejam mais rígidas do que as de seus pais;
-  Lembrar de ser cordial e respeitoso com todos os membros da casa, com os  outros hóspedes, funcionários, animais de estimação etc;
-  Discussões: devem ser evitadas a todo custo na casa dos outros. As  conversas devem ser cordiais e é obrigatório seguir aquelas regrinhas  básicas como pedir licença para levantar, respeitar os horários etc;
-  Na mesa: não falar com a boca cheia de comida, usar devidamente o  guardanapo, lembrar de que talheres não são armas, sentar-se  corretamente nas cadeiras e conservar os cotovelos fora da mesa;
-  Mostrar respeito pelo gosto e escolhas dos seus anfitriões, aceitando  com carinho a presença de pessoas idosas e crianças pequenas: críticas  jamais!;
- Ao se despedir, deixar uma boa lembrança, agradecendo sinceramente a hospitalidade e já se preparando para um novo convite!
Boa viagem!
Maria Irene Maluf é Especialista  em Psicopedagogia e Educação Especial, Editora da revista  Psicopedagogia da ABPp e Coordenadora/SP do Curso de Especialização em  Neuroaprendizagem do Instituto Saber/FACEPD
Site: www.irenemaluf.com.br
Site: www.irenemaluf.com.br
Fonte: http://ht.ly/5vccy
 
 
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